terça-feira, 27 de setembro de 2011

Carta a um Desconhecido

Perambula pela rua, sem teto e sem chão,
Ninguém o olha, ninguém o vê...
Dorme ao relento, sob as estrelas,
esquece o passado e implora por pão.

Seu corpo doente, caído e escondido,
revela o presente infamante...
Suas mãos sempre frias, recolhem seu rosto
amargurado e perdido...

A noite e o dia, são seus melhores amigos.
A esquina, seu cobertor...
Todos passam e o ignoram,
tentando esconder sua imensa dor...

Mas há aquele que nunca o esquece.
Não se apresenta, nem adormece.
Acompanha-o em suas viagens,
qual estrela pequenina e brilhante
que vibra contente e lhe dá outra chance.

Chance de viver, andar e de ser
um irmão como outro,
como eu ou você.

Ele não sabe, nem desconfia,
que é alma querida , apesar de demente...
Traz consigo uma chama pra lá de contente,
Que o faz caminhar mesmo errante,
Em sua evolução, sempre constante...

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