Família traz alegria constante
amores distantes
saudades demais...
Traz lembranças de um rio chamado Jaguaribe
que nem sei existe mais.
Traz a praça de Limoeiro
onde brincava e nadava quando chovia
que nem feliz cotia.
Traz o avô no portão
olhando o sertão
da sua imaginação...
Relembra todos juntos demais
comendo carne de sol
falando de um tempo que não volta atrás...
Traz memória branca
de um tio com os índios
lá no interior do Brasil...
Fez que eu tentasse Medicina
pra ser igual a ele cingindo o céu azul de anil...
Viajava por lugarejos , povoados e desejos
de um pessoal querido, mas muito sofrido
que precisava de suas mãos para curar-lhes a alma.
De longe, fica a lembrança,
daquela que quando criança
queria ser igual:
médica, boa e sertaneja,
levando remédio e cura
pro povo do sertão e da formosura.
Mas Deus quis o contrário,
apesar do formulário,
foi parar no quadro-negro...
Ensinou pobres e ricos
e pra seu desespero
foi também rondonista...
Atiçou velhos e novos
ascendeu na profissão
e tornou-se radialista...
Mas Deus ainda prometeu
- o que posso fazer eu faço:
Vou mandar ocê pro Direito
que de lá quero o abraço:
da justiça da ordem e do progresso
da retidão, da lei e do Congresso!
Mas a alma branca continua,
hoje vestes preto com doçura
sem esquecer do tio e da Medicina,
pois quem com força ensina,
traz a lei e cura mentira!
Portanto, não se avexe...
Não foi médica, mas não te esquece
que o tio, lá do Nordeste,
quem te deu um empurrão.
Se hoje és do Direito,
foi pra que não faltasse pão.
Logo mando meu ditado...
de branco , de preto ou "avermeiado",
nunca duvide de tua força:
seja no seco ou no " moiado",
curando gente ou assinando papel,
foi seu tio que enviou o recado...
Pra ser feliz como se pode,
entender o outro como se deve,
ajudar a quem precisa
e estender a mão, seja sertão ou seja neve!
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