Solidão é qual névoa amiga,
que desprende de mansinho...
Vai chegando devagar,
que nem pássaro no ninho.
Solidão tem gosto amargo,
que não sai de quando em vez.
Espera pelo abraço apertado,
pelo encontro dourado
de um corpo em nudez.
Solidão é falta de tudo:
abraço apertado,
sorriso engraçado
e gosto de quero mais.
Solidão é que nem folha no chão,
depois do outono que não volta atrás.
Solidão é assim. Só quem sente é quem sabe lhe dar valor.
Cisma de encontrar nossas almas, fundir nossa vida , cheias de dor.
Ah, solidão...Vá embora, de meu coração!
Suma, parta de vez!
Me deixe afogada em meus desencontros,
para que eu ressurja arrojada,
sem minha cruel mudez.
Não fale nada!
Apenas parta , apressada,
agasalhada em tua mesquinhez.
Aprenda contente,
que o coração demente
te alcança a estremez,
de um corpo sofrido, quisera bandido,
sem timidez.
Em tua jornada, siga perene,
mordida em talvez.
Quem sabe na esquina,
de um bar ou da vida,
te encontres perdida em tua languidez.
Assim tu aprende, que deveras demente,
não devas voltar, com tua rapidez.
Vai, solidão. Me abandone de vez!
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