quarta-feira, 2 de novembro de 2011
O peixe do meu sertão
Num adianta olhá,
num adianta pedir.
Lá num chove seu moço,
só há imenso porvir.
Num adianta rezá,
num adianta chorá.
De lá ninguém se se dá conta,
nem vai pra amá.
Quem nasce lá , seu moço,
tem o destino traçadu,
meio louco e adoidado,
de uma vida por vir.
Mas mesmo assim, seu moço,
meu sertão num dexo não.
Foi lá que criei meus fio,
com farinha, mel e pão.
Então vai-se embora seu moço.
Tu aqui num pertence não.
Vai e diz pra todo mundo,
que só nóis aqui tem chão.
Chão arado e quente,
da enxada enferrujada.
Que machuca a mão da gente,
mas que cria a fiarada.
Pois então seu moço, se apresse,
vai rápido e veloz que o vento,
Vai e diz pra tudo que homi
que nóis aqui vevi a contento.
Nóis pode num tê chuva,
nóis pode só tê sol.
Mas num falta aqui pra nóis
peixe no nosso anzol.
É , seu moço, aqui tem peixe,
mesmo com o chão quente que de dia reluz.
Porque aqui nóis num tá só
tá na companhia de Jesus...
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